mestrado: no hay proposta
7 novembro 2007
Um dos propósitos de que colocar o projeto original da tese do mestrado no ar era também usar este blog como um apoio para discutir os caminhos do trabalho, além de sanar algumas dúvidas com os poucos aí do outro lado.
E é pra isto mesmo que este post existe. Quase noves meses depois efetivament do mestrado, começou hoje a me incomodar o fato de que não há uma definição concreta sobre qualé o tema que eu quero levar adiante.
Mudanças na proposta são corriqueiras – você pensa em algo teoricamente com grande apelo, mas vê que ou o assunto é grande demais ou que existem questões mais básicas e que te entusiasmam mais a serem estudadas.
Fiquei na primeira. A tal “viabilidade comercial de serviços de Web 2.0” nasceu como uma resposta à esbórnia financeira da bolha brasileira que ensaiava um retorno (pelo menos na cabeça dos empreendedores) pela avalanche de “serviços de web 2.0” que surgiam aos montes no Brasil.
Mas já parou pra pensar na quantia de alternativas que podem deixar um serviço dito de colaboração e participação do usuário em pé financeiramente? Patentes de tecnologia, terceirização de soluções, venda para empresas maiores (claro, por quê não?) e, o objetivo deste mestrando, conteúdo criado por sua comunidade.
Vamos nos concentrar (ou fazer um recorte mais apurado, como a academia gosta de dizer) então no conteúdo do usuário – porquê não estudar a viabilidade financeira de serviços online que se mantêm com conteúdo criado pelo usuário. Há exemplos de sucesso lá fora? É possível alguém replicar o modelo no tradicionalmente mirrada mercado brasileiro?
Problema que isto se encaminha pra um mestrado em economia, não tecnologia. Como a popularização de gadgets ajudou a ramificar o jornalismo online? Aí a gente cai num mestrado possivelmente de jornalismo, onde haverá de se explicar conceitos de seleção editorial e lançar um olhar crítico na produção amadora de notícias e a obrigação do “novo editor” em saber separar corretamente.
Em conversa com a Lúcia, surgiu a possibilidade de estudar a tendência de serviços que se apresentam como plataformas para que a produção amadora da comunidade digital se transforme em modelo comercial tanto para o serviço como para o amador. Os objetos de estudo seriam exemplos como o do Flickr, que já de maneira bem incipiente, e do Videolog, que intermedeia anunciantes e usuários que produzam campanhas interessantes.
Notou o grifo no digital? O que impedia a comercialização de conteúdo dos usuários antes da internet? Nada. Ela apenas tornou a exploração do conteúdo exponencial no mesmo conceito destrinchado pelo Chris Anderson chamado de “economia da abundância” que apóia a tal cauda longa. Isto é algo a se considerar na tese pra encarar a banca.
Este me parece o caminho a se seguir, mas ainda não há aquela certeza do objeto a ser estudado que me deixaria tranquilo a ponto de já poder começar a colher material (pesquisa, teoria ou apuraçõa jornalística) pra esboçar o esqueleto da tese sem depois não correr o risco de perder parte das informações por uma imprecisão no recorte.
Outra coisa: um jornalista dentro da academia tem uma tendência a se comportar diferente de quem tem a teoria nas veias. Até mesmo leitores para-quedistas deste blog sabem muito bem que, comparado a muitos de meus colegas, referencial teórico é algo inicial pra mim.
Pior: se a tal da proposta aí de cima (esta maçaroca indefinida ainda) vingar, ficará ainda mais difícil buscar referências teóricas. Se você conhecer livros que apresentem modelos pertinentes próprios da internet, avise. Ajudará a aplacar a ânsia de um mestrando amador.
A principal certeza do desabafo todo é uma: se você quer usar um modelo de base pro seu mestrado, espera que um dia este punhetaço acadêmico todo ganha forma.