a apple no brasil
16 outubro 2007
Quase na íntegra abaixo, uma matéria do cumpadre André Borges e de João Luiz Rosa sobre a postura da Apple no Brasil publicada um dia após a coletiva em que a companhia anunciou os novos iPods no país. Leia e entenda a situação.
Em cinco anos, a empresa não teria credenciado mais de cinco revendas, além de reduzir o tamanho de sua própria equipe no Brasil. Dos 50 funcionários existentes há algum tempo – quando a Apple só trabalhava com computadores para empresas -, o quadro teria sido diminuído para menos de uma dezena de profissionais, com o agravante de que agora a empresa também atua no varejo, diz uma pessoa a par do assunto.
Na América Latina, diz essa pessoa, o foco da Apple estaria dirigido ao mercado mexicano: cerca de 70% dos negócios da empresa na região estariam concentrados no México. A proximidade com os Estados Unidos facilitaria a venda dos produtos naquele país. O Brasil representaria uma parte quase insignificante do faturamento global: embora não existam dados oficiais, o número corrente entre os revendedores é de que a participação variaria entre 0,1% e 0,2%.
A participação mirrada seria resultado da estratégia da matriz americana e de sua resistência em seguir o caminho adotado por todas as grandes fabricantes internacionais de computadores que atuam no Brasil: produzir os equipamentos no país. “Sem a produção local, é impossível competir”, diz outro executivo do setor.
No fim da década passada, a Apple chegou a iniciar as negociações com o governo federal para fabricar os produtos no país, mas as conversações não evoluíram e a empresa acabou desistindo do projeto, conta esse executivo.
A opinião compartilhada por pessoas que conhecem bem o setor é que a Apple optou por manter uma operação pequena no Brasil, com um retorno igualmente modesto, em vez de arriscar-se a investir mais para tentar ampliar sua participação. O reflexo dessa política, no entanto, seria o enfraquecimento dos canais indiretos de venda no Brasil.
a apple troca de assessoria no brasil
29 setembro 2007
A notícia prometida lá atrás já pode ser divulgada: a Apple Brasil trocou sua assessoria de imprensa no Brasil. Ao assumir a subsidiária brasileira, o executivo Alexandre Szapiro trocou a Zenza pela FirstComm, assessoria responsável pela conta da Palm quando ele era também presidente da empresa.
A estratégia é uma surpresa aos acostumados a lidar com a Apple no Brasil principalmente pela participação que o homem por trás da Zenza, Thomas Fischer, tem com a empresa de Steve Jobs – antes mesmo da Apple abrir escritórios no Brasil oficialmente, Thomas já lidava com a empresa.
Ah, tem outras grandes movimentações em assessoria de imprensa no Brasil envolvendo alguém maior que a Apple. Um dia eu conto aqui.
a música digital brasileira por assinatura sai?
15 setembro 2007
Conversas entre blogs. O cumpadre Henrique Martin, no seu novo Zumo (eu não falei, mas você precisa ir lá), revela em primeira mão que dois grandes portais da internet brasileira estão prestes a vender música digital por assinatura.
Sei os nomes, mas por questão de respeito à apuração alheia, não falo. Mas discorro sobre fatores que envolvem a suposta estréia da assinatura de músicas no país.
Leia meus lábios: música digital no Brasil é algo que se fala muito, mas pouco se faz. Ouvi do presidente da iMúsica, o pioneiro do assunto no Brasil, a promessa de inaugurar a bendita venda por assinatura, algo classificado pelo próprio como mais ajustável ao mercado brasileiro, no primeiro semestre de 2006. iG e UOL também fizeram suas promessas.
Falar (planejar, quer dizer) é muito fácil. Desde lá, nada novo em nenhum serviço. A razão? A negociação com gravadoras brasileiras, altamente repulsivas à idéia.
Sinceramente, acho um avanço se o iG começar realmente a vender suas canções pelo celular até o final do ano. Isto, porém, envolve algo que o portal de Caio Túlio Costa não é bom quanto a música digital: cumprir prazos – veja o atraso tremendo da tal MusiG.
A constatação? Que, assim como a repreensão, a venda de música digital no Brasil não funciona.
a web e a merda
11 setembro 2007
“saneamento é uma rede de infra-estrutura básica da sociedade, como água, eletricidade, telefone. esgoto é assunto de interesse social há milhares de anos. os primeiros têm mais de 5.000 anos. (…) internet é, no máximo, tão importante como… saneamento. se não conseguimos controlar o fluxo de efluentes danosos à saude e ao ambiente em terrenos, lagos, rios e mares, de pouco adiantará termos internet”.
Enquanto o jornalismo de tecnologia do Brasil, onde metade dos municípios têm tratamento de esgoto, se ocupa tanto da tecnologia mais poderosa, Sílvio Meira (quem mais?) acerta na jugular num post do seu blog que compara internet com esgoto.